Percebo no consultório que muitas vezes a diferença de um adulto para uma criança está apenas na idade cronológica.
Com bastante freqüência, atendo casos em que algo que aconteceu lá na infância fica marcado de tal forma que mesmo na idade adulta, a pessoa fica repetindo o mesmo funcionamento de quando criança.
Existe uma falsa idéia de que a Gestalt terapia não trabalha com o passado.
Isso não é verdade, mas também não é completamente infundado.
O que acontece, é que a Gestalt terapia trabalha com o passado enquanto ele se faz presente.
Perls, o fundador da Gestalt terapia, logo no início da teoria explica:
“Se a terapia for bem sucedida, o paciente terá inevitavelmente, cuidado de seus problemas passados não resolvidos até o fim, porque estes finais são capazes de causar problemas na atualidade e, portanto, de surgir no curso da sessão terapêutica, disfarçados de modos diferentes. Mas estes restinhos do passado são também problemas atuais, que impedem a participação do paciente no presente”.*
O que foi aconteceu lá atrás, não vai mais mudar e não podemos fazer nada com aquele momento, entretanto todo sentimento desse passado que não foi resolvido, por diversos motivos, necessariamente vai aparecer e ser repetido no presente.
O trabalho da Gestalt terapia é buscar esse fechamento, dessa situação inacabada (fechar a Gestalt) para assim abrir novos caminhos e possibilidades de relacionar-se com o mundo no presente, no “agora” de cada cliente.
Assim, com a proximidade dos dias das crianças, resolvi prestar uma homenagem a todas as crianças e também aos adultos/crianças.
Aproveitem para cuidar de suas crianças, externas ou internas! Como já falei aqui algumas vezes, aproveite para curtir essa criança um pouco no seu dia a dia também, pois é esse lado “infantil” (brincalhão e leve), que trará uma maior descontração para nossas vidas, com isso reduzindo em muito o estresse e tensões da rotina.
Nathália Villela de A. Bezerra.
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